Semana de provas também é tempo de servir!
"Sua saúde mental vale mais que uma nota", dizia um dos mais de 15 cartazes pendurados pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBa) durante a semana de provas do último semestre, finalizado em março devido a greves passadas. A campanha foi uma iniciativa do grupo da Aliança Bíblica Universitária (ABU) de Salvador (BA), que tem levantado a pauta da saúde mental na faculdade.
A resposta dos outros estudantes foi acompanhada pelas redes sociais. "Gostaria de parabenizar a excelente iniciativa da ABU", disse um estudante no grupo da faculdade de direito no facebook. "Vocês fizeram meu dia melhor", disse outra em seu perfil pessoal. E a repercussão não parou por aí. Dois meses depois, a estudante da faculdade e líder do núcleo da ABU, Luana Rocha, foi para a reunião do Conselho de Entidades e, ao sair, foi abordada por uma menina. Ela parabenizou e agradeceu pela iniciativa, que disse ter-lhe acalmado durante uma crise de ansiedade.
"Como Deus é bom, né? Às vezes a gente acha que não está dando certo, o grupo não está renovando. Como foi bom ouvir este depoimento dela e muitos outros", comenta Luana, que se sentiu fortalecida a persistir na missão.
Muito além do estudo bíblico
A ação do grupo mostrou que não só de estudos bíblicos vive a ABU, mas há outras formas de servir e alcançar os estudantes das universidades brasileiras, muitas delas mais simples do que se espera. Além disso, a intervenção apontou como mesmo grupos pequenos e com dificuldade podem impactar as escolas e universidades.
"Como eu me converti no colégio, eu quero essa coisa de falar [do evangelho] com os outros como fizeram comigo. Mas nem sempre é assim, nem sempre veremos os frutos ou [eles] serão da maneira pela qual esperamos. Essa ação foi tão simples, não esperava toda essa repercussão e pessoas refletindo através de palavras em um cartaz", compartlha Luana.
No início deste ano, o núcleo da Faculdade de Direito da UFBa estava esvaziado e o trabalho acumulava sobre os ombros da estudante depois que outro líder fez um intercâmbio. "Fui ficando bem triste e sobrecarregada", ela conta. "Eu estava desistido de fazer esta ideia dos cartazes, e na reunião do grupo local compartilhei este desejo e falei: 'Poxa, acho que vou desistir'. Rithiane Almeida, que é a presidente do grupo de Salvador, falou: 'Vamos fazer, eu te ajudo!'"
Com sugestões de frases dadas pelo grupo, Rithiane fez os cartazes e Luana imprimiu e espalhou pela universidade no intervalo da aula. A estudante de direito conta que aprendeu: "É preciso que a gente peça ajuda quando nos sentimos sozinhos".
Protagonismo estudantil faz diferença
Um dos grandes lemas da nossa missão é que o próprio estudante, ao conhecer bem o seu contexto, pode servi-lo e alcançá-lo da melhor forma. Foi exatamente isso que guiou a ideia de Luana: "[A iniciativa refletiu] essa coisa de entender que nós estamos todos no mesmo barco. E a ideia surgiu quando percebi como eu fico estressada na minha semana de prova".
A temática da saúde mental já tinha sido tratada pelo grupo numa palestra. De acordo com Luana, "é uma pauta que a gente tem levado para a universidade, sido referência mesmo sem as pessoas darem crédito. Depois da nossa palestra de saúde mental, apareceram outras pela universidade, sabe?"
A ação inspirou os abeuenses soteropolitanos. O núcleo de medicina da cidade também realizou uma iniciativa semelhante depois, e Luana ainda planeja mais: "Esse semestre vamos colocar outra vez, os calouros têm de ver". Ela também sonha com alguma iniciativa que trate a questão do meio ambiente e da sujeira nos espaços da faculdade. Enquanto isso, o grupo de estudo bíblico do núcleo continua ativo às 10h20, todas terças-feiras, no espaço das artes da FDUFBa (próximo à cantina).
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