Não existe nada melhor…

Por Reinaldo Percinoto Junior – Secretário Geral da ABUB

“Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo. Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos deu a tarefa de fazer com que os outros também sejam amigos dele”. 2 Co 5.17-18 (NTLH)

Entre os meses de junho e julho, centenas de estudantes (universitários e do ensino médio) e profissionais se reuniram em sete cidades, durante uma semana, para participarem dos Cursos de Férias da ABUB, que neste ano abordaram o tema “Uma só Missão: Reconciliação”, com base na segunda carta de Paulo aos coríntios.

Por meio de Cristo, fomos reconciliados com Deus. Fomos transformados “de inimigos em amigos dele”! Estávamos longe; Ele se aproximou de nós. Vivíamos em rebelião, contra Ele, contra o outro, contra o mundo criado e contra nós mesmos. Por meio de Cristo, Deus abriu uma “mesa de negociação”, uma possibilidade para o fim da rebelião. E a proposta era a de não apenas baixarmos nossas “armas”, mas também passarmos para o outro lado – nos tornarmos seus amigos! E esta reconciliação primordial geraria uma série de “ondas” que reverberariam em todas as áreas de nosso viver, gerando reconciliação em todos os aspectos de nossa existência, em todos os nossos relacionamentos.

A rebelião ainda não foi aplacada totalmente. Os sinais de luta permeiam nosso dia-a-dia. Mas a possibilidade de “mudar de lado” foi aberta e assim permanece, de uma vez por todas. Por meio de Jesus Cristo! Ele é ao mesmo tempo o autor, a porta de entrada e a garantia desta possibilidade!

E, para além disso tudo, que já seria mais do que mereceríamos, não apenas recebemos este “grande convite”, mas também fomos transformados em “testemunhas” dessa reviravolta. Nas palavras de Paulo, “Deus nos mandou entregar a mensagem que fala da maneira como ele faz com que nos tornemos seus amigos” (5.19b). Passamos de “aliados” a “subversivos” de um sistema abertamente revolto contra Deus. Fomos promovidos de rebeldes a revolucionários do Reino dos céus!

Esta “promoção” não traz consigo promessas de “segurança”. Ao contrário, como Paulo mesmo assegura em vários trechos de sua carta, as lutas, os sofrimentos e as perdas continuam presentes, e às vezes até com mais força agora. Mas a presença graciosa de Deus é tudo o que precisamos (12.8-9); e, de forma maravilhosa e parodoxal, quando perdemos nossa força então ganhamos a força de Cristo em nós (12.10)!

Este tema da nossa “reconciliação” com Deus (e, consequentemente, com o próximo, com a criação e conosco mesmo) não foi trabalhado por Paulo apenas nessa carta. Ele voltou a este assunto nas cartas que escreveria aos romanos (cf. Rm 5.10-11), aos colossenses (cf. 1.19-22) e aos efésios (cf. 2.14-18). Mas, reconhecidamente, sua segunda carta aos coríntios é sua carta mais pessoal, onde ele demonstra abertamente todo seu afeto para com os cristãos que viviam em Corinto, e sua terna preocupação com a permanência deles no caminho e na fidelidade cristãos.

Temos o mesmo zelo por esta mensagem? Percebemos o gracioso privilégio que possuímos? E, ao mesmo tempo, abraçamos com alegria a responsabilidade de sermos testemunhas desta reconciliação?

Gostaria de encerrar esta breve “volta” com a mesma oração final com que Paulo encerra sua epístola. (13.13). É o único lugar, em todo o Novo Testamento, em que o Deus triúno é mencionado explicitamente em uma benção.

Assim, que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos nós!

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