Eu aceitei o grande convite, e agora?

Por Dauryda Torres*

Estou escrevendo essa carta ainda na “vibe” de ter saído recentemente de Nárnia, o carinhoso apelido do Instituto de Preparação de Líderes (IPL). Lá descobri que o evento é um lugar de extremos. Não é só porque é o maior evento da ABU, onde é preciso ralar muito para chegar e onde fazemos muitos amigos. Extremos porque procurei viver tudo muito intensamente, seja na alegria, diversão, comunhão, seja na hora da palavra, da exposição, na hora do confronto, das crises, do desejo de mudar porque não dá mais ser como era antes.

Antes de chegarmos já aguardamos esse momento com ansiedade, muitas conversas trocadas nos grupos, articulação do sarau, cantinho de troca, intimidade antes de nos conhecermos. Interagi pouco, eu só fui ter realmente certeza da minha ida no final de dezembro e foi uma loucura só para agilizar as resenhas e EBIs, além de comprar as coisas para a viagem. E que viagem! Passei dois dias só na estrada e ponte aérea, debruçada em malas e mochilas. Ali também ouvi o que Deus tem pra mim, se tudo que iria viver valeria a pena ou corresponderia às minhas expectativas porque iria pro IPL.

Talvez seja esse o meu problema. Criar tantas expectativas ou querer saber de tudo ao mesmo tempo, não deixar passar nada ou não querer ser pega de surpresa. Eu até gosto de surpresas, mas a curiosidade é maior. Pois bem, desde o primeiro dia, as primeiras músicas no culto de abertura, Deus já estava falando comigo. Quando cantávamos “Em Cristo só”, onde fala que Jesus comanda a nossa sorte, eu me pus a chorar e a lembrar da minha caminhada cristã, da minha vida, de como Deus tem me protegido, de como Ele ajeitou tudo para estar ali naquele momento, de como tudo ocorreu da maneira dEle. Juntou também uma fala da Damaris Maia (ABU-SP/MS), no vídeo em que o pessoal do IPL 2013 fez de recepção para gente em que ela diz que precisaríamos viver intensamente o IPL e deixar as preocupações de lado e que Deus estaria resolvendo as coisas aqui fora. “Pronto, o IPL já começou para mim, Deus já está falando, preciso ficar atenta”, pensei.

Cada momento, oração dinâmica, exposições, grupos de EBI, palestras, oficinas e as noites interativas tiveram um imenso significado. A interação e a maneira como estudamos Mateus, o contexto da nossa sociedade refletido no “Construindo Pontes”, a parte prática (PP) no Projeto Missionário Vila Capriotti e Comunidade Boraceia, no município de Carapicuíba, provocaram uma sensação diferente de mudança. Precisava mudar minhas atitudes em equipe, deixar de ser controladora e deixar Deus agir através de nós. Vimos o cuidado de Deus durante toda a PP. Os planos d’Ele foram maiores do que os nossos, o resultado foi bem diferente do que planejamos. Ir para uma realidade totalmente diferente que estamos acostumados e ver esse cuidado de Deus é realmente o que Ele quer nos mostrar quando aceitamos o convite de levar as boas novas pelo mundo.

Passei por vários momentos de desconstrução. Até hoje, quando leio meu diário, eu passo por isso, mas aprendi que o IPL foi um momento de travessia nessa caminhada. Foi um momento de saber que não posso continuar sendo a mesma, que Jesus quer renovar a minha, me fazer entender que tudo depende d’Ele e me mostrar que devemos servir como Ele serviu a humanidade. Ele é o nosso modelo de perseverança e temos que ter a natureza do serviço como cristão. Agradeço pela manifestação da Sua misericórdia e por sentir realmente o amor junto com os outros irmãos, IPLenses de tantos lugares do Brasil e do mundo, sotaques e manias diferentes, nesses dias. Vou seguir. Tenho que confiar.

Agradeço também a todos que contribuíram para minha ida ao IPL seja em oferta ou oração. À minha região Norte, ao grupo de Teresina e a todos irmãos de outras regiões espalhados por esse Brasil. Que a graça de Deus abunde sobre vossas vidas e os façam ricamente abençoados. Vocês não tem noção do tamanho da minha alegria. Deus por meio de vocês fizeram um bem enorme. Muito obrigada. Como diria o Bob do Sul: Deus está em missão. 

 

*Dauryda Torres participou, juntamente com Jônatas Damaceno (Aracaju-SE), Isabela Areias (São Paulo-SP), Arthur Melo (Belo Horizonte-MG), Mykon Menezes (Curitiba-PR) e Paula Rejane (Juiz de Fora-MG), do grupo 5 da Parte Prática, servindo uma comunidade carente do município de Carapicuíba, na grande São Paulo, assistida pelo Projeto Missionário Vila Capriotti. Lá realizaram visitas e atividades de cunho ambiental como oficinas educativas e implantação de um jardim comunitário, além da apresentação da ABUB e ministração de uma oficina de Missão Integral, na Segunda Igreja Presbiteriana da mesma cidade.

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