O verbo se fez carne e servimos

Por Clara Beatriz Miranda

Nos dias 13 a 31 de janeiro de 2019 ocorreu o Instituto de Preparação de Lideres (IPL) na cidade de Campo Limpo Paulista (SP), sob o tema “O verbo se fez carne”, sendo convidados a mergulhar no estudo do Evangelho de João. Nessa ocasião contamos com a presença de cinco estudantes da região Nordeste aprendendo e servindo durante esse momento de formação e capacitação


A Rute Santos (ABU Garanhuns, PE) contou como foi sua participação nesse ato de serviço durante o IPL:


“O meu grupo de parte prática tinha 5 pessoas contando comigo, cada um de uma região diferente do Brasil. Fomos encarregados de ir para a Igreja Presbiteriana de Vila Maria aplicar um treinamento missionário de dois dias com jovens e adolescentes.
Próximo ao local tem uma universidade privada que sempre realiza trotes violentos e festas nas sextas-feiras, vendo essa demanda a igreja pediu ajuda à ABUB com formação para alcançar aqueles estudantes.
No primeiro dia de treinamento, apresentamos a ABUB e tínhamos conosco 25 pessoas, secundaristas, profissionais e universitários. No segundo dia, foi um momento de formação e mais gente esteve presente. Tivemos um feedback muito positivo do evento, além de montarmos com eles propostas de ações evangélicas que poderiam ser aplicadas na universidade próxima.
Além disso, Deus trabalhou muito em nós como grupo, nos mostrou nossas fragilidades e nos capacitou. Foi uma experiência muito marcante para mim. Sou muito grata a Deus pelos amigos que fiz e pela oportunidade.”
Rute


Destacando como isso foi importante para compreender e viver aquilo que tinha aprendido, a Anne Karolinny (ABU Natal, RN) também compartilhou sua experiência servindo durante a parte prática do IPL:


“Fomos para uma comunidade carente em Carapicuíba – SP trabalhar em conjunto com um projeto social (RUAMA / Missionário Vila Capriotti). No acampamento, ao contatar as pessoas do projeto, soubemos que trabalharíamos pintando um muro e restaurando um jardim num local evidenciado da comunidade. O objetivo era construir com a comunidade um ambiente para ela contemplar e cuidar. Um patrimônio artístico para chamar de seu e se orgulhar.
Ainda no acampamento, tivemos vários momentos destinados à organização para a parte prática, mas, à exceção do primeiro contato com o projeto, não tínhamos nada a preparar, então usamos esses momentos para orar. Listamos nossas preocupações e necessidades e oramos por cada uma delas, das quais destaco o tempo – porque não parava de chover e a previsão era de que continuaria assim – e as doações de tintas – porque até o dia de irmos para lá, quase não tínhamos. Nesse ponto, chegamos ao que me marcou muito: todas nossas orações foram atendidas. Deus não permitiu que chovesse e as tintas se multiplicaram até sobrar! O Senhor da missão nos sustentou em tudo, dando perfeitas condições de seguir com sua obra, e louvado seja Ele por isso.
Nós fomos muito bem recebidos pelo projeto e comunidade. No primeiro dia, conhecemos a sede do projeto, almoçamos em conjunto e tivemos roda de conversa com os adolescentes sobre perspectivas para o futuro, momento no qual introduzimos a ABU (ressaltando a ABS). Todas as noites, nosso grupo se reunia para conversar sobre o dia, o bom e o ruim, e juntos orarmos – agradecendo o hoje e pedindo pelo amanhã.
Nos dois dias que se seguiram, foi pintura e mais pintura, pausando apenas para os almoços comunitários (deliciosos). Muita gente se achegou – o que nos trouxe mais alegria e motivação, afinal queríamos o engajamento da comunidade. Foi extremamente cansativo, e por isso cada um teve que estar atento a seu corpo e a seus limites – um bom exercício e reflexão dentro do que vínhamos estudando sobre nossa carne.
Anne


Nosso grupo foi bem diversificado (um pedacinho do que temos na ABU): uns serviram mais com o ofício propriamente; outros com organização e coordenação; uns com carisma (controlava o bom humor do grupo); … e glória a Deus pela harmonia e pelo crescimento ao fim de cada dia. Daqui, trago boas amizades.
No segundo dia de trabalho (terceiro e último dia que ficaríamos lá), ao mexer com novas tintas que haviam sido doadas, eu tive uma forte reação alérgica que me levou ao hospital. Os detalhes são muitos, mas destaco a importância que teve eu estar atenta ao meu corpo e a tranquilidade que recebi de Deus em meio à tamanha correria. Mesmo com meu estado se agravando muito rápido, o desespero não aconteceu. Orei e descansei. Graças a Deus – pai e Senhor – fui atendida muito rapidamente e melhorei. Esse episódio muito me despertou para reflexões sobre o cuidado de Deus, seu senhorio e o modo como Ele fala comigo.


Por fim, assim como a equipe do IPL fez conosco, fizemos a cerimônia do lava pés com os coordenadores do projeto e idealizadores da comunidade, pois assim como Deus enviou Jesus, Jesus nos envia, e assim como Jesus serviu, também serviremos. Terminamos os trabalhos cantando todos juntos ‘Marcharemos’. Um momento muito precioso para todos nós.
Bem, tudo isso formou uma experiência e tanto! Encaixou-se perfeitamente à parte ‘teórica’ do instituto. Sigo muito – muuito – grata e maravilhada.”


Assim, nossos ipelenses nordestinos carregam consigo muito mais do que só histórias e ideias, levam em si as marcas do que viveram e aprenderam durante o IPL, buscando honrar “aquele que se tornou carne” com suas vidas.

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