Servindo o movimento estudantil no Quênia

Por Fabi Pereira e André do Valle

Fazem 7 meses que deixamos o Brasil, sendo mais de 5 meses no Quênia. Já podemos dizer que é uma das experiências mais significativa que tivemos e que, sem dúvida, voltaremos para o Brasil com boas (and funny) histórias para contar e com o caráter mais lapidado por Cristo.

As primeiras impressões de Nairobi (capital do Quênia) foram impactantes. Cada um de nós guardava as imagens de suas respectivas cidades e ainda tínhamos acabado de passar pela Noruega – um lugar calmo demais, silencioso e quase sem pessoas nas ruas. Por essas razões, logo na saída do aeroporto Nairobi se mostrou uma cidade muito viva, cheia de cores, movimentos, barulhos e pessoas!

Nossos primeiros dias aqui foram de adaptação: percebemos o quanto inglês queniano é diferente do que escutamos no Hald (escola na Noruega); aprendemos mais palavras de sobrevivência em kiswahili e fazer coisas básicas de maneira diferente (como cozinhar, lavar louças e roupas, tomar banho), a usar matatu (principal transporte público), onde e como comprar coisas. Também descobrimos que teríamos um estilo de vida muito mais simples do já tínhamos vivido no Brasil. Hoje, percebemos o quanto esse ritmo de vida diferente já nos trouxe grande ganho na área pessoal como desenvolver uma rotina, disciplina, paciência, contentamento etc.

Um outro bom desafio desses primeiros dias foi descobrir e desenvolver atividades que conciliassem nossas aptidões individuais e, ao mesmo tempo, contribuíssem com o movimento daqui. O estilo de trabalho é diferente do desenvolvido pela ABUB, seja na abordagem, nas atividades e na proporção, embora o objetivo seja o mesmo: alcançar jovens e impactar a igreja e a sociedade. Isso se dá por consequência de um contexto religioso e sociocultural diferentes entre Brasil e Quênia. De um modo geral, o queniano é mais religioso que o brasileiro, sendo grande a proporção de evangélicos nas universidades. Se no Brasil em muitas universidades há pequenos grupos de 15 a 20 estudantes, aqui algumas reuniões semanais (cultos) tem uma frequência média de 1000 (um mil!) estudantes – mas há EBI em pequenos grupos, reuniões de oração etc. Dentro da estrutura do Focus Kenya, nos encaixamos como STEM Staff (Short Term Experience Ministry – experiência ministerial de curta duração), projeto bastante semelhante ao estágio realizado no Brasil. Em geral, nossa rotina de trabalho inclui visitas aos estudantes, participação em estudos bíblicos, cultos, reuniões de diretoria de CU (Christian Union – equivalente ao núcleo da ABU), leituras e participação em uma reunião semanal com todos obreiros e estagiários da região para oração, exposição bíblica e reunião de orientação.

Recentemente, participamos de um retiro no qual podemos conhecer todos os STEMs (cerca de 30) e obreiros (cerca 20). Logo depois trabalhamos todos juntos na organização de Ezra Conference. Esta conferência, baseada em Esdras 7:10, é organizada anualmente pela ABU daqui. Nesta edição contou com ótimas exposições bíblicas em Eclesiastes, EBIs, palestras e seminários. Além dos estudantes e associados quenianos, foi interessante interagir com pessoas do movimento da Tanzania, Nigéria e Malawi!

Transições

Em janeiro, iniciamos uma nova etapa. O André foi trabalhar na cidade de Kakamega (Oeste Kenya, próximo a Uganda e o lago Vitória) e Fabiana continuou em Nairobi, mas pode viver em Eldoret por cerca de 1 mês. Para nós, o outro único falante de português e “apaixonado por carne” passou a viver a alguns quilômetros de distância! (O bom é que telefonia aqui é muito, muito, mas muito barata!). Nessa nova etapa, acreditamos ter ido um pouco mais a fundo no ministério estudantil e aprendido como é o estilo de vida no interior.

A liderança política do Kenya também está em transição. No dia 04 de março, houve a primeira eleição geral após a nova constituição. Os quenianos estavam bastante engajados e cheios de esperança de mudanças no país. Por isso, gostaríamos que o movimento brasileiro se juntasse em oração ao movimento queniano e orassem para que os novos representantes trabalhem para o bem de todos.

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