Eu tinha 15 anos em 2009. Estava tão acostumada a igreja, culto, retiro… é como se estivesse vivendo em uma bolha. Foi quando um professor me veio com questionamentos que facilmente destruiram qualquer proteção que me separava do abominável mundo secular. Bem, eu tinha 15 anos… tudo tornou-se desespero, dúvida, inquietude. Tudo o que haviam me dito era mentira e, de uma hora para a outra, perdi o chão.
Sozinha, reprimida por meus questionamentos, fui convidada por esse mesmo professor para uma roda de discussões com o tema “Por que sou cristão?“. Saí de lá com mais dúvidas ainda, entretanto, mal sabia eu que havia saído de lá com a providência divina. Na reunião, quem falou sobre o tema foi Christopher Vicente, que na época era da ABS. Bem, se tem ABS no meio, vocês devem desconfiar de onde veio essa providência, não é?
Pois é, depois de um tempo, minha irmã mais velha acabou entrando na ABU através de Christopher, que tornou-se presidente da ABU Natal. Contudo, eu continuava relutante. Tinha de haver algo além de um culto de domingo, uma pregação clichê e oração por vitória e prosperidade…tinha de haver, mas eu não via. Desisti de tudo, tornei-me alguém com um vazio enorme no peito e uma mente conturbada, nada mais fazia sentido.
Ora, Deus em sua soberania, já estava agindo! Glória a Ele por isso! Então, depois de alguma insistência, conversas e desespero, decidi visitar uma reunião do Grupo Base. Quando cheguei lá, estavam discutindo um livro sobre Freud e C. S. Lewis. Não entendi muito bem, mas pensei: Sério? Um monte de crente falando sobre Freud e C. S. Lewis? Se universitários, mesmo diante de tanto confronto, ainda persistiam na fé, e não a fé que eu estava acostumada, mas uma fé QUE PENSA, havia sim um “algo além”! Minhas dúvidas não fugiram de uma hora pra outra, mas com certeza uma esperança brotou em mim…”Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova” (JÓ 14:7-9).
A ABU foi como o cheiro das águas para mim, eu brotei e hoje dou ramos como uma planta nova! No mesmo ano (2011), já fui para um Encontro Estadual de Estudantes Evangélicos (E4) e lá Deus se fez mais uma vez presente através desse ministério. Era meu aniversário e apesar de nem ser tão entrosada com o grupo, o pessoal organizou uma festa surpresa pra mim! Nossa, acho que nunca tinha experimentado um sentimento tão gostoso de amizade e união em Cristo. Era uma das muitas demonstrações de amor e afeto que sentiria nesta caminhada na ABUB.
Após o E4 engatei direto no Curso de Férias (CF) – era ano de vestibular, e mesmo faltando uma semana de aula fui embora pra Aracaju. No CF minhas esperanças já davam flores e o mais bonito é saber hoje em dia que a semente dessa árvore foram os questionamentos que tanto me inquietaram no passado. Depois de conhecer tanta gente legal, ouvir tantas palestras dilacerantes, o fruto estava por vir! Assim que voltei, abri um núcleo de estudos bíblicos na minha escola, e até hoje me recordo da expressão de surpresa daquele professor (o mesmo dos questionamentos) quando fui divulgar o EBI na sala onde ele estava dando aula.
Bem, as dúvidas até que ainda voam sobre minha cabeça, mas aquelas que são infrutíferas, não mais fazem ninhos na minha mente. Para a glória de Deus, consegui passar no vestibular e entrei no ambiente universitário já como abeuense, com a consciência de que lá entraria para levar a mensagem de Cristo e meu diploma seria consequência. Nossos lemas, “fé que pensa razão que crê“, “estudante alcançando estudante“; a literatura que tanto vem enriquecendo meu conhecimento e minha fé; os amigos de alma que fiz e faço a cada evento, são todos partes do propósito de Deus, que me libertou das trevas para sua maravilhosa luz.
Posso dizer que me converti verdadeiramente, aliás, me converto a cada dia, através da graça de Deus manifesta em grande parte ataravés ABU! Hoje, já completamente apaixonada pela missão estudantil e ciente da providência de Deus na minha caminhada de fé, percebo o quanto cresci e o quanto ainda tenho a aprender. É o senso de responsabilidade, o respeito às diferenças, o serviço que eu encontro nesse movimento, alguns dos principais motivos que me fazem querer ser melhor, mais parecida com Cristo.
Espero de todo o coração que como eu fui alcançada por um estudante, muitos outros possam ser alcançados através de mim!
Que o amor incondicional a Deus e a obediência à sua palavra sejam sempre o que me mantém na ABU, o que faça desse movimento um refúgio e incentivo à missão para muitos!
Arianne Constantino,
Secretária de literatura da ABU Natal
Secretária de comunicação da ABU Nordeste