Por Morgana Boostel, secretária de engajamento missionário da ABUB
“Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em toda parte: em Jerusalém, em toda a Judeia, em Samaria e nos lugares mais distantes da terra.” – Atos 1:8 (NVT)
Vivemos dias de incerteza, em que somos constantemente bombardeados por sentimentos de ansiedade, notícias duras e por várias vezes não temos sequer tempo de elaborar o luto até vir outro. Acompanhamos atônitos a falta de coordenação nas ações dos governantes, a pobreza e desigualdade aumentam a cada dia e ficamos desesperançados. Lamentamos ao perceber que muitas lideranças eclesiásticas perderam o verdadeiro sentido do evangelho e se arremessam em jogos de poder. Como será que podemos ser testemunhas de Cristo nesse contexto?
Creio que aprendemos muito pelo exemplo, e acho que podemos pegar algumas dicas com Paulo. Quando ele teve seu encontro com Cristo, seu caminho foi transformado. Podemos, então, aprender com ele sobre como testemunhar. O livro de Atos nos conta que Paulo assumiu seu compromisso com a comissão de Jesus e seguiu por vários lugares testemunhando acerca do Salvador e de como ele transforma a vida e o caminho de quem decide seguir seus ensinamentos.
Nos Cursos de Férias (CF) deste ano de 2021 desejamos que cada estudante da ABUB possa imergir na experiência de Paulo e conhecer alguns dos desafios e das alegrias que esse caminho trouxe para ele e para as pessoas com as quais ele se encontrou. O tema dos CF’s, que serão organizados diferentemente para cada região, também refletirá em nossos materiais nacionais. Focaremos nossos olhares sobre as duas primeiras viagens missionárias e como ele e seus companheiros cumpriram seu papel de ser TESTEMUNHAS (Atos 13 a 18). Observaremos como levar isso aos desafios de nosso tempo. Quero destacar algumas das lições que aprendemos com a experiência de Paulo.
O testemunho de Paulo:
1. Confronta os religiosos
Paulo encontrou muita resistência entre os religiosos de seu tempo (Atos 13:50; 14:5,19; 17:5; 18:12-13). Em várias cidades pelas quais passou, seu primeiro passo foi ir às sinagogas e dialogar com as pessoas sobre as novas de salvação que Jesus trazia. Esse anúncio desagradou a vários líderes que, por vezes, atentaram contra a integridade física de Paulo e seus companheiros. Ele chegou a ser preso algumas vezes, mas isso não o desanimou de seu papel de testemunhar. Quando necessário, saia da cidade, balançava a poeira e seguia em seu objetivo em outros lugares. Como temos reagido à resistência dos religiosos de nosso tempo ao evangelho transformador de Cristo?
2. Rompe com as injustiças
Em sua segunda viagem missionária, vemos como Paulo e Silas foram perseguidos pelos poderosos da cidade (Atos 16:16-24). Paulo se encontrou por diversas vezes com uma mulher escrava possuída por demônios e que dava muito lucro aos seus donos com adivinhações. Indignado, expulsou os demônios dela. Contudo, os poderosos da cidade, que se aproveitavam da condição dela e a exploravam economicamente, não ficaram contentes e mandaram prender e açoitar Paulo e Silas. Romper com um ciclo de opressão e violência levou Paulo e Silas para a cadeia. O compromisso pleno com o evangelho que pregavam não permitia que fizessem diferente, mas essa foi uma dura consequência de seu testemunho. Será que nosso testemunho se preocupa mais com a promoção da justiça ou com os danos que podemos sofrer por isso?
3. Forma uma comunidade diversa
Em uma mesma cidade, Paulo e Silas pregaram para uma rica comerciante (Lídia), para uma escrava e para um servidor público (carcereiro). Na comunidade de testemunhas não há superestima sobre determinado grupo social, todos são bem-vindos à mesa de Jesus. O evangelho nos ensina a ser família entre pessoas que aparentemente não teriam motivos para estar juntas. Temos feito um escalonamento de quem merece ou não receber o evangelho por meio de nosso testemunho?
4. Contextualiza o evangelho
Paulo se preocupava se o evangelho seria compreendido. Com judeus, ele usava as Escrituras e profecias (Atos 13:16-41), com os gentios evocava filósofos e cultura (Atos 17:22-31). Paulo conectava suas palavras com quem estava ouvindo e, assim, permitia uma comunicação mais efetiva. Para fazer isso, ele precisava ouvir com atenção e buscar de fato conhecer como pensavam seus interlocutores. Será que temos escutado nossos interlocutores ou apenas despejado nosso conhecimento sem se preocupar se a informação dialoga com essa pessoa ou grupo?
Em nossos cursos de férias vamos poder aprofundar e aprender mais, em comunidade! Aproveite esse tempo de formação junto com sua região e desde já estejamos em oração sobre como podemos ser cada vez melhores “TESTEMUNHAS”.