Por Reinaldo Percinoto
“Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos ceús, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz” – Colossenses 1:19,20
“Essa menagem, se verdadeira, subvertia o mundo da religião. Porque afirmava que se você quisesse conhecer como Deus era, e entender os propósitos de Deus para este mundo, tinha de ir não às altas especulações dos filósofos ou aos inúmeros templos ou grutas sagradas que coalhavam o império, mas a uma cruz nos arredores de Jerusalém” – Vinoth Ramachandra*
Na última edição do Uma volta focalizamos o senhorio universal de Cristo, o qual fundamenta e alicerça a missão (mundial!) dos seguidores de Jesus: fazer outros seguidores.
Na verdade toda essa dinâmica (dynamis = “poder”) revela uma nova realidade em construção. Expressa a possibilidade de uma nova vida, comprometida com uma verdade, submissa a um Senhor. É a representação de uma nova e eterna “arquitetura” de vida: o Reino de Deus. E isso é uma notícia muito boa, um “evangelho”, que pode ser vivida e deve ser comunicada.
Comunicar o evangelho é comunicar a Jesus Cristo. Pois, nas palavras de Dietrich Bonhoeffer, “o evangelho é Jesus e salvação em seu nome”. Jesus, o Deus encarnado (Emanuel), é o Evangelho, a boa notícia. É a Palavra e Deus para nós, a Palavra que foi feita carne e habitou entre nós.
Em Jesus, Deus entrou em nosso mundo, em nossas cidades, em nossas casas, em nossas vidas, com o fim de buscar e salvar o perdido (Lucas 19:1-10). Jesus, ao mesmo tempo, era “arauto” e “porta de entrada” do Reino de Deus.
No relato dos evangelhos encontramos a um Jesus-Deus que se relaciona com o povo, com a multidão e também com o indivíduo. Vemos Jesus se importando com as pessoas – pessoas com necessidades, desejos, problemas, dificuldades.
Assim, podemos perceber a natureza integral (holística) da vinda e do ministério de Jesus. Ele prega e ensina a Palavra às multidões da Judéia, Galiléia e Samaria; um paralítico de Cafarnaum recebe cura e perdão; a saúde e a dignidade de uma mulher “impura” são restauradas na cidade; um endemoninhado de Gadara é liberto e mandado de volta para o convívio familiar; um publicano de Jericó encontra acolhimento e recebe uma nova posição. E por aí vai…
Jesus “sujou os pés”! Pisou onde pisamos. Andou por onde andamos. Comeu onde comemos.
Comunicar o evangelho pressupõe seguir os passos Dele. Pressupõe andar entre as pessoas, sentar-se com elas, ouvi-las. Amá-las e identificar-se com suas necessidades e sofrimento, esforçando-nos para levá-las até Ele. Pressupõe companheirismo com os pecadores, cruzando barreiras culturais e religiosas, sendo mensageiros (“arautos”) de uma nova vida recriada em Cristo (Col 1:19,20).
Nossos grupos estudantis, seja na escola ou na universidade, são chamados a encarnar (“fazer virar carne”) as propostas e demandas deste Reino! Isso exige uma mudança de prioridades (Col. 3:9-11). O relacionamento com Cristo abre uma nova agenda de missão, coletiva e comunitária.
E essa agenda não está delimitada somente pelas nossas atividades, mas tem a ver sobretudo com aquilo para o qual fomos chamados a ser: novo homem e nova mulher em Cristo Jesus!
Estamos nos aproximando de mais um Congresso Nacional. Nossa oração é que este seja mais um espaço-oportunidade para experimentarmos e aprofundarmos essa nossa vocação primordial, como cristãos e como movimento estudantil!
A paz do Senhor.
Reinaldo
*A Mensagem da Missão – A Glória de Cristo em todo o tempo e espaço, ABU Editora.