Entrevista com Marquinhos sobre o trabalho da ABS em Franca – SP

Marquinhos, quando e como começou seu envolvimento com a ABU?

Eu sempre ouvi falar muito de ABU, pois meu pai foi abeuense… no ensino médio eu e uns amigos iniciamos um grupinho de ABS com apoio do pessoal da ABU da federal de Lavras… Mas meu maior envolvimento foi quando entrei na faculdade… eu fiquei adotado em uma república de abeuense e aos poucos fui me envolvendo mais com movimento… Fui tesoureiro do GB e hoje atuo na coordenação do grupo.

 

E quando foi que você começou a pensar sobre ABS aí em Franca?

Trabalho com os adolescentes da minha igreja aqui em franca. Desde o inicio desse ano vínhamos conversando sobre a possibilidade de realizarmos algum tipo de trabalho dentro das escolas. No começo comecei a buscar material e apoio em alguns recursos da MPC, porque tive oportunidade de fazer alguns treinamentos com eles, principalmente um ministério chamado escola da vida, que trabalha com evangelismo nas escolas. Quando fui ao CN pude participar do EBA e redescobri o quão maravilhoso poderia ser conciliar as ideias e ter um trabalho com ABS aqui.

 

E quais foram os passos que você tomou pra encaminhar o trabalho por aí?

Com certeza o EBA foi uma das experiências mais incríveis que eu pude ter no CN.. O primeiro passo foi encontrar os cristãos nas escolas.

 

E como você fez isso?

Os adolescentes da minha igreja me ajudaram bastante iniciando os contatos nas escolas deles, me apresentando os amigos. Fui conversando com eles… Marcamos sorvete, lanche e tal pra ver como era a realidade na escola deles e a possibilidade de iniciar o trabalho. Inicialmente duas escolas pareceram que seriam mais viáveis, escolas públicas (Mario Delia e Industrial). Procurei então a direção da escola, levei panfletos da ABU e exemplares de Respondendo ao Chamado para apresentar o movimento para elas. A diretora do Industrial foi bem receptiva e deu aval para trabalharmos dentro da escola e a do Mário Delia não autorizou alegando que o ensino era laico e não seria permitido esse tipo de iniciativa. Nessa época um pessoal de uma menina de outra escola, uma escola presbiteriana me procurou, pois ficou sabendo do trabalho. Disseram que queriam fazer algo como ABS, mas a garota era muito tímida. Fui então conversar nessa escola, pois já tinha abertura com a direção, pois um presbítero da minha igreja faz parte do conselho diretor e o capelão frequenta uma igreja que alguns ABUenses também frequentam. Conversei com eles e eles foram muito solícitos, ambos estavam animados com o congresso de capelania que tinham participado em campinas. Eles mesmos fizeram um levantamento dos estudantes de confissão evangélica e nos puseram em contato com eles. Os estudantes lá tinham aparentemente um pouco mais de “historia cristã”, mas também demonstraram muito mais timidez para participar de ABS. Tentei, aos poucos, em encontros informais, tratar com o pessoal das duas escolas o que era ABU e evangelismo a partir do contexto estudantil e tal… Até ter uma certeza de que já era possível iniciarmos os estudos e apresentar ABS pros outros estudantes

 

Esses encontros eram fora da escola então?

Sim, fora da escola, em geral numa sorveteria muito boa daqui.. Quando decidimos começar os estudos colocamos cartazes na escola, quando cheguei lá estranhei, pois o moço da zeladoria disse que não tinha sido avisado do estudo e que não havia sala liberada. Iniciamos o estudo em uma escada do colégio, mas fomos interrompidos e nos disseram que não poderíamos estar ali. Fui então conversar com a diretora e ela disse que por determinação da secretaria de educação os espaços da escola só eram liberados com autorização da secretaria. Desde então estou em batalha na secretaria de educação para conseguir liberação de uma sala ou de uma escada pelo menos.

 

Como é que estão os trabalhos hoje?

Nessa semana consegui uma reunião com a secretaria de educação… Espero que apresentando o projeto direto para ela consiga mais portas abertas em outras escolas para iniciativas futuras. No Industrial vou todas as terças pela manhã. Como não podemos utilizar o espaço da escola para os estudos converso com os estudantes no pátio. É legal e a rodinha tem chamado atenção, tenho tido uma boa oportunidade de conversar com os não cristãos, de ganhar abertura. Enquanto a liberação do espaço não sai estou estudando um meio de iniciar os EBIs com os não cristãos fora do horário de aula, mas tem sido difícil conciliar agenda de ABU, ABS, estudos etc. No Samaritanos divulgamos os estudos para iniciarmos quarta feira da semana que vem, tudo esta ainda bem no inicinho…, mas Deus tem aberto as portas.

 

Você tem feito esse trabalho sozinho ou tem tido ajuda de algum universitário?

Tenho feito com ajuda de um amigo da igreja, mas que não é universitário.

 

E quais são seus sonhos pra ABS aí em Franca?

Meu sonho é ver núcleos sustentáveis nas duas escolas que estamos trabalhando e que o trabalho possa crescer a partir dos próprios secundaristas para outras escolas… porque eles mesmos conversam com os colegas de outras escolas que demonstram vontade de um trabalho parecido… Mas nosso GB é pequeno e não comporta o cuidado que o início de tais núcleos demanda…Mas principalmente sonho com ABS influenciando a escola. Não apenas com os estudos. A escola precisa de socorro. Precisa de ajuda seja por causa da influencia das tribos, a violência, seja professor com aluno, aluno com professor, aluno com aluno… Sinto que os secundaristas não tem tido a chance de sonhar mais… Não tem perspectiva de futuro, nem profissional nem pessoal. Ainda não sei como, mas espero que ABS possa ser benção para uma transformação também nesse sentido na escola, no despertar de novas perspectivas.

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