Nos dias 13 a 18 de junho, a Secretaria Nacional de Juventude, promoveu, juntamente com o Ministério da Educação e o Ministério do Meio Ambiente, o Encontro de Juventude e Educação para a sustentabilidade socioambiental, no qual foram discutidas questões referentes ao papel da juventude na construção de Espaços Educadores Sustentáveis e a agenda da juventude para um projeto de desenvolvimento sustentável. Além deste encontro, os conselheiros foram convocados também a participar de uma mesa com o tema “Juventude Brasileira e Participação Social” e de um painel sobre a Criação de um Fórum Permanente de Juventude das Nações Unidas.
Estas atividades ocorerram no Rio de Janeiro, dentro da programação oficial da Rio+20, com o objetivo de reunir representantes da juventude para dialogar sobre suas experiências em educação para a sustentabilidade; dialogar sobre as políticas desenvolvidas e propostas pelo Ministério da Educação nas áreas de educação ambiental e políticas de juventude, bem como conhecer experiências locais.
Foi enfatizado e defendido por diversos representantes do governo brasileiro a importância da participação de jovens nos processos de tomada de decisão. Porém, cabe questionar se esta participação tem se dado de modo efetivo; são grandes os desafios que se apresentam, pois o diálogo entre governo e sociedade civil é perpassado por diversos interesses e muitas vezes parece que a participação da juventude é meramente formal.
Em muitos dos discursos feitos, os jovens foram apontados como a solução, como aqueles que tem disposição para propor mudanças, além de serem o futuro da nação. Isto me faz pensar sobre o papel da juventude no presente. Não se trata somente do futuro que queremos para nossos fillhos, mas do presente que precisamos, no qual a juventude de nosso país tenha condições dignas de vida, a partir de um padrão de vida sustentável, social e ambientalmente. Às vezes não conseguimos visualizar como essas discussões intermináveis e difusas sobre políticas públicas podem mudar algo. Ainda mais quando falamos de jovens, que como eu, tem a oportunidade de cursar uma faculdade, tem aquilo que necessita para sobreviver sem dificuldades extremas. Estando nesta condição, é difícil enxergar como isso tudo pode contribuir para mudar a vida de alguém, até porque a maioria dos programas sociais atingem uma parcela da população que está longe de ter as oportunidades que temos. Quando aquilo que se discute “lá em cima” é concretizado (ou deixa de ser) em políticas e programas, estes jovens, que mais sofrem com a desigualdade social, com a má distribuição de renda do nosso país, são os mais afetados. Por isso, quando vejo a juventude, em toda sua diversidade, se mobilizando por uma causa, penso: Qual a motivação deles? Por que eles insistem tanto e pensam menos em desistir do que eu? Inevitavelmente me lembro que suas necessidades são o motor de suas ações.
E nós? Qual a nossa motivação? Que o Senhor nos ajude a compreender que aquilo que para nós é supérfluo, para o outro pode ser uma ajuda inestimável. E que possamos olhar para a dor do outro e através da compaixão ter forças para continuar participando, servindo e andando como Ele andou, em casa, na faculdade, e também na sociedade.
Vamos orar para que de alguma forma, destes debates saiam propostas que realmente façam a diferença na vida dos jovens do nosso país.
“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.” 1 Timóteo 4:12