por Jessica Grant
publicado originalmente no blog da IFES [http://ifesworld.org/blog/2013/07/the-pursuit-of-happiness]
Eles mentiram para mim. Eu tinha certeza que alguém havia mentido, somente não conseguia determinar exatamente quem, nem quando. Mas eu estava triste e com raiva: alguém tinha me convencido de que se eu trabalhasse com o que mais gostasse, certamente seria feliz. “All work and all play” (“trabalho e diversão”) é o que a minha geração quer.
Alguns meses antes de me formar em jornalismo eu comecei a duvidar da minha escolha de carreira. Eu já tinha trabalhado para a revista dos meus sonhos e com as coisas que eu mais gostava, mas eu não estava feliz. Tantas coisas haviam mudado desde que eu entrei na universidade, que eu não entendia mais por que eu tinha escolhido ser jornalista, apesar de saber que eu mandava bem.
Apesar desta crise vocacional ainda não ter terminado, eu aprendi uma coisa muito importante. Uma boa profissão não é a fonte da alegria verdadeira e profunda que eu estava procurando por. Eu procurava alegria na minha vida profissional, em trabalhar com o que eu mais gostava. Eu confundi um adereço pela base.
Felicidade é como um quadro. Deus é a base, a tela nas nossas vidas. Trabalho, família, casamento, amizades – todo o restante é a pintura. Sem Deus, nenhuma felicidade será completa. Você pode ter sentimentos felizes, mas será como um desenho no ar e logo irá falhar.
Através do livro de Salmos nós podemos encontrar muitas expressões diferentes sobre a felicidade, mas elas raramente são ligadas a questões puramente terrenas. No Salmo 34, por exemplo, Davi não esconde que ele possui tribulações, que ele é um “pobre homem”. Mas ele expressa gratidão a Deus, seu redentor e a fonte da sua felicidade que não é baseada na sua situação: “Os que olham para ele estão radiantes de alegria” (versículo 5).
É mantendo nossos olhos em Deus, temendo a ele, que nós podemos compreender esta felicidade ou “bem aventurança”, como é chamada no Sermão da Montanha. Jesus atribui bem aventuranças aos pobres em espírito, aos perseguidos e até mesmo àqueles que choram (Mateus 5:1-12). Apesar de aflitos na terra, aqueles que temem a Deus terão a sua felicidade completa (bênção): “Provem, e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia!” (Salmos 34:8).
Mas Davi compreende também que, enquanto a felicidade não está completa em sua vida, ele a vivenciará pouco a pouco ao viver de acordo com a vontade de Deus (Salmo 34: 13-16). Tiago também menciona em sua carta que a alegria virá para aqueles que perseveram na prática da lei de Deus (Tiago 1:25; 5:11). Conforme o próprio Jesus disse, os que são verdadeiramente felizes “… são aqueles que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem” (Lucas 11:28).
Portanto, depois de anos estudando e participando de um movimento estudantil, quando você está perto da sua formatura ou acabou de se formar, pergunte a si mesmo: Do que eu dependo para ser feliz? Estou procurando pela alegria no Senhor ou em questões terrenas como o trabalho?
A alegria completa aqui na terra, ou até mesmo somente uma vida confortável: esta é a “mentira” que nos faz esquecer que colocamos a nossa esperança em Cristo, a base da nossa felicidade. Se olharmos para I Pedro 4:12, não encontramos lugar para a felicidade efêmera que o mundo nos oferece, que é baseada numa vida “bem sucedida”. Ao contrário, “alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria”.