A parábola da barata

Este texto foi escrito por Wicliffe Costa, assessor da ABU Natal e abeuense há mais de 40 anos. Estava ele em um Conselho Regional, no ano de 1996, quando uma situação lhe incomodou. Refletindo então sobre iniciativa estudantil, resolveu expressar seu incômodo através dessa curiosa e interessantíssima parábola, que faz muito sentido até hoje. Vejamos…

A parábola da barata…

Eis que certo rapaz chegou muito empolgado para trabalhar com a ABU. Disseram-lhe que era um “grupo de elite” e ele achou que era isso que procurava. Deveria ser legal participar de um grupo assim…

Indo à procura do assessor, este lhe disse:
– Muito bem. Vá e exercite sua iniciativa e responsabilidade estudantil.

O estudante, que não estava muito a fim de transpiração e querendo se desculpar, perguntou:
– Mas, o que é “iniciativa e responsabilidade estudantil”?

O assessor prosseguiu, dizendo:
– Certa barata* jazia morta à porta do banheiro. Casualmente veio a esse lugar um jovem muito consagrado em sua igreja. Quando ele orava a congregação prorrompia em “Aleluias” e “Glórias a Deus”. Até se dizia que ele teve a experiência de falar em línguas estranhas. Vendo ele a barata, deu um passo maior para não pisar nela, e passou de largo.
Semelhantemente outro rapaz veio usar o banheiro e viu também a barata. Em sua igreja ele goza de tão alto conceito que até pensam que deveria se candidatar ao ministério. Ele é tão espiritual que – Veja bem – até seu violão foi consagrado ao Senhor e não toca músicas do “mundo”. Olhando a barata que jazia à entrada do banheiro, também passou ao largo, fazendo de conta que aquilo não lhe dizia respeito.
Certo jovem, que vinha também satisfazer suas necessidades naquele lugar, defrontou-se com a barata. E, vendo-a, foi à cozinha, tomou uma vassoura e a pequena pá, apanhou a barata e jogou-a no lixo.

Então o assessor perguntou àquele que se candidatava ao trabalho estudantil:
– Qual destes três lhe parece ter exercitado iniciativa e responsabilidade?

Respondeu-lhe o jovem voluntário:
– O que apanhou a barata.

Então o assessor lhe disse:
– Vá, e proceda de igual modo.

Ouvindo o jovem estas palavras, retirou-se muito triste, porque não gostava de usar camisa suada.

Wicliffe Costa
25 nov. 96

* A barata foi real; as personagens são fictícias.

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