Por Pablo Gomes, assessor regional Leste da ABUB.
“…o Senhor lhe apareceu [a Salomão] de noite e disse: ‘Ouvi sua oração, e escolhi este lugar para mim, como um templo para sacrifícios. ‘Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. De hoje em diante os meus olhos estarão abertos e os meus ouvidos atentos às orações feitas neste lugar’.” 2 Crônicas 7:12-15 (NVI)
Já faz uns dias que tenho me lembrado da história do profeta Elias. Em seu tempo, não choveu em Israel durante três anos, por conta da iniquidade promovida durante o reinado de Acabe (cf. 1 Rs 17 e 18; Tg 5.17). Algumas décadas antes, Deus havia alertado a Salomão de que, se tal coisa acontecesse, a cura viria por intermédio do arrependimento, da oração e da conversão.
Não sei quanto a você que está lendo isto, mas, para mim, é difícil não associar essa história com a de nossos dias, ainda mais por conta desse período em que vemos disseminado em nosso país uma crise intensa no abastecimento de água potável. O que vemos hoje não é só “culpa do governo” que não tomou medidas para prevenir tal crise. Há anos estamos ouvindo alertas sobre as consequências de nossa contínua busca desenfreada pelo “desenvolvimento”, motivada por esse modelo de capitalismo que construímos. Modelo este que contribuiu para gerar nossa atual sociedade de consumo. E como isso tudo contaminou a nós, cristãos! Ramachandra demonstra bem em “A falência dos deuses” quais são os ídolos “atuais” (uso entre aspas porque Jesus já havia nos alertado sobre Mamon/o Dinheiro – cf Mt 6.24). Ele mostra também como eles são adorados pelo mundo ditando o que é “desenvolvimento”. Infelizmente, temos visto (boa?) parte da igreja de Cristo seguindo tais ídolos. Igreja da qual eu e você fazemos parte.
Mas, lembrando da história de Elias, e das palavras que Deus disse a Salomão, a cura para essa crise passa por um processo de arrependimento, oração e conversão. Por isso quero lhe convidar a buscar esse caminho de cura. Nós, cristãos, como povo eleito por Deus, somos chamados, não para usufruirmos de uma série de direitos, mas para vivermos, antes de tudo, uma vida de serviço (cf. Ef 2.10 e I Pe 2.9). Busquemos então a Deus com sinceridade, e vivamos uma vida que demonstre nosso arrependimento (Lc 3.8ss), cuidando melhor desse mundo que o Senhor nos colocou como mordomos.
Considerando que temos uma responsabilidade com relação a isso, que tal se nos mobilizássemos em nossos grupos, utilizando também os nossos espaços institucionais para conscientizarmos nossas irmãs e irmãos quanto à violência causada pelos ídolos “modernos”? Estou pensando em incentivarmos palestras, campanhas, estudos e ações em nossas igrejas e instituições de ensino. Tudo isso à luz da palavra de Deus e em submissão a Ele. Somente quando nos humilharmos e orarmos, buscarmos a face de Deus e nos convertermos dos nossos maus caminhos, Deus nos ouvirá e curará este chão. Faz chover, Senhor!