A dedicação de Bill McConnell

Por Jessica Grant

O ex-obreiro da ABUB William McConnell, conhecido como Billzinho, faleceu no dia 28 de novembro de 2018 aos 77 anos de idade, depois de ouvir hinos cantados por sua esposa e o pastor e próximo de suas filhas.

Nascido nos Estados Unidos, Bill tornou-se cristão logo antes de chegar à universidade, em 1959. Ele então participou ativamente da Intervarsity EUA, movimento como a ABUB. Numa conferência do movimento em 1961, Bill e sua esposa, Beth, comprometeram-se a dedicar sua vida a levar o evangelho. Ele trabalhou na Intervarsity nas cidades de Albuqeurque e St. Louis até sentir o desejo de servir em outro país e, depois de algumas conversas, ser convidado a vir para o Brasil.


Aqui, Bill, ao lado de sua esposa Beth, viveu 15 anos servindo à ABUB, especialmente na formação de obreiros, e na criação da ABU Editora, na qual ele facilitou o diálogo que trouxe diversos livros para tradução (leia mais em texto sobre a ABU Editora).

De acordo com Norberto Riback, que conviveu com Bill e ainda trabalha na ABU Editora, o americano “era muito simples, bem acessível e muito querido. Ele me dava carona para a faculdade, porque morava lá perto. Vivia ouvindo música clássica. É um exemplo de vida que deixa saudade”. De volta aos Estados Unidos em 1987, Bill continuou servindo no escritório central da missão estudantil até se aposentar, em 2006 (leia nota sobre a aposentadoria no site da Intervarsity, além da nota de falecimento da Intervarsity e da IFES).

Ex-secretário geral da ABUB, que também foi secretário da IFES para a América Latina, Ziel Machado contou em seu facebook as marcas que Bill deixou em sua vida. Ele conta que numa manhã de novembro de 1985, recém-chegado em São Paulo para assumir a secretaria geral com apenas 24 anos, Bill sentou para ajudar-lhe a comprar um apartamento. Foi Bill quem lhe encorajou a procurar e a levantar doações para isso.

Ziel narra: “Ele liderou a criação da ABU Editora e se dedicou, nos seus anos finais de ministério no Brasil, a mentorear e cuidar da formação ministerial do ‘menino’ (como ele me chamava de forma carinhosa), que havia assumido a secretaria geral do movimento, em um período bem difícil. (…) “Duas coisas aprendi com meu querido mentor, naquele período; a ter fé e senso prático. Estas, e muitas outras lições que com ele aprendi, estão gravadas no meu coração. (…) Tenho uma enorme gratidão por tudo que pude aprender com ele. Sua amizade por todos estes anos foi algo muito especial.”

Já Braulio Craveiro Filho, ex-presidente do movimento, compartilhou com a ABUB que pode acompanhar Bill e Beth por quase todo o tempo que viveram no Brasil. Ele recordou que, com a saída da secretária geral Neuza Itioka nos anos 70, Bill assumiu as funções administrativas na divisão da secretaria executiva em três cargos. Para Braulio, Bill era um abeuense autêntico e pragmático: “Ele tinha uma visão de missão muito clara, e muitas vezes nos ajudava a colocar o ‘trem no trilho’, pois como latinos gostamos de muitas ideias, mas efetivamos somente algumas. (…) Em muitas ocasiões, pode dar orientação espiritual e de vida para muitos de nossos assessores, bem como a membros da Diretoria Nacional da ABUB. “Mas também teve algumas dificuldades iniciais por conta de sua origem norte-americana em tempos estudantis com ideologia marcante [anti-americana]. Ele superou isso com seu comportamento humilde, de serviço, e de companheirismo com todos da ABU, tornando-se um dos nossos.”

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