Profissão: cristão!

Por Marcos Paulo Veloso Correia, ABP Rio de Janeiro (RJ)

O Grupo de Trabalho da Aliança Bíblica de Profissionais (ABP) conduziu no dia 1º de setembro uma oficina sobre o papel da profissão na vida cristã. A atividade nasceu da percepção do quanto pensamos que nossa contribuição mais útil ao mundo (e ao mesmo tempo ao Reino) é oferecermos nossas profissões de modo responsável, efetivo e imerso em valores cristãos.

Realmente, é na profissão que passamos a maior parte do tempo; nela e por ela temos a maior parte de nossos relacionamentos (além da família e igreja); nela fazemos algo em que os outros não se especializaram, a nossa parte no mundo; nela temos certo controle e responsabilidade. Por causa dela, gente de círculos muito diferentes dos nossos nos procuram e assim podemos ser testemunhas de Cristo, como referência moral e de profissionalismo, deixando claro que é por Cristo que fazemos isto.

Mas resta sempre um desconforto de que ainda estamos contribuindo para que a sociedade ponha sua confiança nas nossas especialidades, e de que nós façamos o mesmo sem perceber como fazer diferente. Confiarmos primeiro no que podemos fazer e depois no que Deus pode (como em carros e cavalos, a tecnologia de guerra da época; Salmo 20:7), desconfortavelmente próximos de tentarmos ser nossos próprios deuses (o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal; Gênesis 3:4-6).

Por outro lado, a Bíblia é cheia de passagens que dizem o quanto é vã a sabedoria do homem perante a sabedoria de Deus, e quão pouco podemos (ou nada, como disse Jesus) por nós mesmos – uma ênfase também da ABUB, já que testemunhamos justamente aos que serão líderes devido à formação, que esta potência per si é frágil e não deve ser o centro da vida.

Um exercício concreto para perceber o quanto nossas profissões devem ser secundárias para então serem usadas, é, primeiro, tentarmos definir em poucas palavras qual a função de nossa profissão para a sociedade. O que os outros esperam dela, por que ela é tão importante. Na Idade Média, todos sabiam a função das profissões básicas, o costureiro, o ferreiro, o agricultor. É curioso como pode ser difícil hoje em dia.

Depois, interessa perguntar onde (e por que) nossa profissão falha em alcançar a função para a qual existe. Esta parte costuma ser bem mais fácil. Cada profissão terá respostas e exemplos bastante concretos; e, previsivelmente, todos os motivos serão reflexos de pecado humano.

Mas o Espírito Santo não tem este limite. O que o Espírito Santo nos chama a fazer, que ideias nos traz? O que uma associação de profissionais cristãos em nossa profissão, por exemplo, poderia estar fazendo? Como poderíamos acolher os novos profissionais para que conheçam as dificuldades à frente e se posicionem?

Lembro, como médico de família e comunidade, de pacientes de quem eu pensava ter todo o necessário para apoiar e tratar: nós mesmos próximos de suas moradias, com acesso inclusive às casas, aos remédios, aos exames, até aos outros especialistas. E a família faltava aos exames, às consultas, brigava conosco, até que eu começava a orar por elas… e tudo mudava.

Ao longo das décadas, apoiar na formação de cristãos atuantes em várias associações profissionais cristãs tem sido uma das contribuições da ABUB e ABP, vide Corpo de Psicólogos e Psiquiatras cristãos (CPPC), Rede Fale, Médicos de Cristo, Neurobanco e outros.

Talvez seja uma das mais importantes funções da ABP pensar concretamente sobre os limites de nossas profissões (instrumentos nas quais somos consultores ou conselheiros) e sobre o que o Senhor quer que façamos com elas, além de criar ou oxigenar as demais associações cristãs de profissionais a um posicionamento integral.

Ore conosco para que os profissionais enxerguem seus trabalhos como um espaço para atender ao chamado de Deus:

  • para que mais profissionais cristãos possam se engajar em movimentos que pensem no trabalho como instrumento de mudança da sociedade.
  • por envolvimento e participação dos profissionais nos grupos de ABP já existentes e por novos grupos nas regiões; pela ponte entre o movimento estudantil e movimento de profissionais.
  • pela ABP, sendo um espaço para formação dos profissionais rumo à maturidade do ser humano integral em Cristo Jesus, contribuindo para que assumam seus papéis e responsabilidades em seus trabalhos, profissões, famílias, igrejas e na sociedade.

 

Como participar da ABP? Escreva para abub@abub.org.br contando qual é sua cidade e colocaremos você em contato com o grupo mais próximo, como participante ou fundador de uma ABP.

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