Convocada a me posicionar: um relato sobre o programa de mentoria

por Stefany M. Bonifácio, da ABU Bauru (SP)

De março a junho de 2021 participei de um programa de mentoria da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) com o tema “Engajamento com a universidade”. Meu grupo pequeno era mediado pelo obreiro Josué Bratfich, conhecido por Caps. Tive contato com textos que me levaram a refletir sobre o papel da universidade, sua relevância para a glória de Cristo e meu papel dentro da minha faculdade.

A mentoria me ajudou a compreender que meu curso, psicologia, não está separado da minha missão enquanto cristã. Não há uma dicotomia entre essas vivências. Deus não é inimigo do conhecimento, pois nenhum conhecimento humano será capaz de negá-lo, visto que ele se propõe acima da ciência (no plano da fé). Semelhantemente, Josué Alves em sua rede social disse: “Leio Marx à luz de Cristo, mas não leio Cristo à luz de Marx, Marx se assemelha a Cristo, mas Cristo é maior que Marx”.

Desse modo, sou impulsionada a fazer uma boa ciência, aquela que busca o conhecimento da realidade e o benefício da sociedade. A ciência também me impulsiona a estudar a Bíblia com um olhar curioso e investigativo, buscando compreender sua relevância para as pautas do mundo atual. Assim como diz John Stott (A mensagem da Missão – A Glória de Cristo em todo o tempo e espaço, p. 11-23), tendemos a ser uma igreja “secularizada” (apenas comprometida com as pautas do mundo atual) ou uma igreja “separatista” (que se debruça apenas sobre a salvação concretizada no porvir). O equilíbrio se encontra numa missão comprometida com a mensagem da salvação e também no envolvimento com a justiça e o serviço ao próximo (pois é fato que Jesus se preocupa com a justiça, ainda que seu reinado pleno seja no porvir). Portanto, fui despertada para me posicionar e viver uma missão equilibrada: falar de Cristo sem deixar de escutar o mundo, só assim conseguirei um diálogo construtivo com a comunidade universitária.

A mentoria também contribuiu na minha vida pessoal através de reflexões do que é ser verdadeiramente cristã na universidade. Várias vezes pensei que só seria cristã pregando o nome de Jesus em todo o tempo. E, de fato, não estou errada, é essencial que o nome dele seja minha bandeira. Porém, isto não exclui a importância de manifestá-lo através das minhas ações, sejam atos de serviço ou a participação nos espaços de construção de uma sociedade melhor. Assim, Cristo será glorificado tanto em ações quanto em palavras (1 João 3:18 (OL) diz: “Filhinhos, não amemos só de palavra ou de aparência, mas em verdade, mostrando-o pelas nossas ações”).

Atualmente participo de um núcleo voltado à prevenção e promoção em saúde mental e também me interesso em estudos sobre políticas públicas. Estes dois eixos me motivam e agora me sinto confiante em saber que atuando nestes espaços também contribuo para a glória de Cristo. Ele, sendo a fonte suprema de bondade, veio a nós para reconciliar o mundo consigo (Colossenses 1). Sendo assim, participar desses espaços é um modo de expressar a Cristo: estou me preocupando com o que preocupa a ele, que as pessoas sejam assistidas em suas necessidades e encontrem apoio em suas dificuldades.

Quer conhecer mais sobre o programa de mentoria que a ABUB realizou neste primeiro semestre? Leia este outro texto.

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