Este texto faz parte da campanha “Gratidão gera generosidade”. Saiba mais aqui.
Ao falar de generosidade a partir da Bíblia quase sempre recorremos aos mesmos textos. Entendendo que apesar de ser um assunto importante, esse é mais um entre as centenas de temas que as Escrituras nos ensinam. Não há como negar que sim, algumas passagens são mais explícitas sobre nosso chamado para sermos generosos. Mas já parou pra pensar como esse é também um tema central que atravessa praticamente toda a grande história da redenção?
Afinal, o que a Bíblia fala sobre generosidade?
Começando com o relato da criação, vemos um Deus triúno, abundante em tudo, que transborda de generosidade ao criar um mundo como dádiva, rico em recursos e possibilidades. Adão e Eva não pagavam aluguel nem imposto. Suas responsabilidades eram desfrutar dos fartos recursos que receberam, e como imagem e semelhança do Criador continuar deixando fluir o rio de generosidade “ao serem fecundos e espalharem-se sobre a terra” (Gênesis 1:28-30).
Já na terrível narrativa da queda, cujo início se dá no capítulo 3 de Gênesis, o que vemos é justamente uma negação da vocação humana para a generosidade. Homem e mulher escolhem bloquear o fluxo de dádivas divinas para a criação se recusando a obedecer o Criador. Tal escolha fica evidente nas histórias de Caim e Abel, assim como na Torre de Babel, quando interesses egoístas falam mais alto do que o desejo de abençoar a terra e o próximo gerando consequências terríveis como morte e isolamento.
O que se vê desde então é escassez e medo, que geram um conflito contínuo entre nossa tendência de fechar as mãos para proteger nossos bens e recursos ao mesmo tempo em que o Criador nos chama a confiar de novo em sua liberalidade nos tornando capazes de novamente repartir e abençoar. Em outras palavras, essa é a história de Israel, chamado para viver na terra da fartura, onde “brota leite e mel” (Deuteronômio 6:3), mas que se recusa em abrir suas mãos e deixar essa riqueza fluir até mesmo para os oprimidos e injustiçados do seu próprio povo (Isaías 1-2).
A generosa oferta da vida
O chamado de volta ao caminho da generosidade é aberto de maneira definitiva pelo próprio Deus ao enviar seu filho Jesus, que “mesmo rico se fez pobre para que nós pudéssemos ser enriquecidos” (2 Coríntios 8:9ss). Só quem conhece a verdadeira fonte de toda riqueza, é capaz de ser tão generoso assim. E foi isso que Cristo fez por nós. Ele derramou tantas bênçãos que se torna quase impossível não deixá-las transbordar para quem está ao nosso redor, carente daquilo que nós já recebemos.
A conclusão da narrativa bíblica se dá com uma promessa na qual a realidade ainda parcial do Reino de Deus se tornará física e definitiva: “Quem tiver sede, venha, e quem quiser beba de graça da água da vida” (Apocalipse 22:17, NVI). Sendo assim, como devem viver aqueles que se enxergam como parte dessa grande história, e que aguardam o cumprimento dessas promessas? Insistindo em temer e guardar ou confiantes de que abençoar é a maneira mais coerente de viver no mundo criado por um Deus bondoso? Experimente essa dádiva, abra suas mãos (e também sua conta bancária, agenda e o coração) para que assim possa desfrutar do mundo abundante do Criador generoso.