Por João Marcos B. M. de Moura – da ABU Blumenau (SC)
Quando ouvi sobre a missão dos setenta (Lc. 10:1-20) em uma escola dominical, não pude deixar de associá-la com a ABUB. Sinto muito orgulho de participar deste movimento que defende e insiste que nossa definição de missão é a definição integral. A Missão Integral (MI) não é uma simples parte do evangelho, ela é o evangelho. Buscamos o que os discípulos, os apóstolos, os reformadores pregavam e viviam, sem saber que mais tarde chamaríamos isso de MI.
Lendo este texto bíblico percebi vários aspectos instrutivos e desafiadores para a ABUB. O primeiro seria: Nossa missão na universidade provém do designo de Deus (v.1). “Deus inspirou uma mensagem simples aos estudantes brasileiros: Se você está nesta universidade pela vontade Deus, ela é seu campo missionário e você é um missionário dele aqui”. Eu estou convencido que essa frase de Robert Young é verdadeira. Nosso movimento está presente em grande parte do Brasil não por acaso, mas porque fomos designados por Jesus. Realmente temos de convir que “a seara é grande” (v.2) e o ambiente universitário (v.3) não é um dos melhores para anunciar Cristo. Contudo, devemos colocar a nossa confiança em Deus (v.4). Rogando a Ele que motive cada vez mais e mais trabalhadores.
Um segundo ponto é: Nossa missão na universidade é subversiva. (v.9) Repare na ordem dos dois principais verbos do nono versículo de Lucas 10: “Curai… anunciai…”. Nossos EBI’s, nossos teatros e músicas, nossa vida em particular, deve criar um ambiente de cura, de amor e tolerância.
Há pesquisas que indicam que cerca de 20% dos jovens, no Brasil, sofrem de depressão. Capaz de motivar até ao suicídio. De acordo com este índice, pelo menos 20% estão com uma visão de mundo caótica, sem esperança, sem Deus. Devemos, portanto, questionar todo e qualquer valor cultural ou decisão política que desumanize. Que gere desigualdade.Independente se a sua abrangência é micro – por exemplo, o corte de bolsas na universidade local – ou macro como a má distribuição de terras, gerada pelo agronegócio.
Como disse John Stott em uma entrevista: “Não se trata de ressuscitar o evangelho social. Não podemos aperfeiçoar a sociedade , mas podemos melhorá-la”. Acredito que o Evangelho segundo Mateus não seria o mesmo contendo apenas o Sermão do Monte. Ou apenas relatos de milagres. Creio que não. Proclamar e demonstrar são atitudes coesas, inseparáveis. Porque após curar e viver, o anunciar fica mais claro, coerente. Apesar de alguns ouvintes rejeitarem a mensagem, concordarão que segundo nosso estilo de vida, o que pregamos faz sentido. Todos serão obrigados a responder sobre o motivo de nossa fé. Verão assim o que significa Romanos 14:17: “…o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.
Um terceiro ponto revela também que: Nossa missão na universidade resultará em alegria. (v.17) Não nos iludimos. Nem todos vão receber bem o Evangelho. Porém, sabemos que Deus é por nós (v.16), sabemos que “tragada foi a morte pela vitória” e somos salvos!
Os discípulos se prepararam, e no regresso apresentaram seu relatório. Conversaram, debateram, se interiorizaram e se alegraram.
Eu não sei como está a ABUB de sua cidade frente à missão. Deus sabe, e por isso eu tenho certeza de uma coisa. Que quer você esteja sozinho(a), com um grupo reduzido, ou quer não tenha apoio de pastores e pais, a promessa do nosso Mestre ainda vive:
“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mat.28:20b)