Por Leidiane Vieira
Estudante de Jornalismo do 8º período
Não é nada fácil para um jovem que cresceu eu um lar cristão o momento em que ingressa em uma Universidade. Enquanto estamos em casa junto aos nossos pais fica muito mais fácil definir nossa identidade, mas quando saímos desse lugar de conforto para enfrentar ‘o mundo’, inúmeros questionamentos passam a nos inquietar.
Para mim esse momento de transição foi bastante conturbado, muitas indagações foram surgindo em minha mente. Será que eu sou retrógrada? Nenhum jovem universitário pensa como eu? Estou sozinha? Vivo iludida com uma realidade não mais possível? Foram essas algumas das perguntas que eu passei a indagar naquela época.
Em pouco tempo comecei a me sentir como um ‘ET’ parecia que ninguém a minha volta pensava como eu, a maioria era tão liberal, parecia que tudo era permitido e que ir a igreja era um costume ridículo, ultrapassado, conservador. Em meio a tudo isso, conheci a ABU. Através dela me certifiquei de que existem outros universitários que buscam preservar valores cristãos como eu procuro fazer. Mal podia me conter de tanta alegria.
Finalmente eu tinha me dado conta de que havia outras pessoas vivenciando o mesmo contexto que eu, com os quais eu poderia me identificar verdadeiramente. Existiam estudantes que se diferenciavam da massa que se perde na onda da libertinagem, do ‘tudo é permitido’.
No primeiro semestre de 2010 aconteceram os primeiros núcleos da ABU em Mariana. De início, a intenção era que fosse mais um núcleo da ABU de Ouro Preto. Porém, devido a diversos entraves, em 2011 o trabalho se estagnou. A falta de estrutura do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, local onde os núcleos acontecem, foi um dos fatores que levou a essa situação.
O instituto, fruto do Reuni, foi inaugurado no segundo semestre de 2008 e desde então vem sendo estruturado aos poucos. Durante o período de estagnação muitos daqueles que participaram das primeiras reuniões nutriam a esperança de ver o projeto se concretizar com mais vigor, dentre os quais eu me encontrava.
Finalmente no início deste ano nossa esperança foi reavivada. Os núcleos voltaram a acontecer e agora com muito mais consistência e contando com a participação e o empenho de mais pessoas. Vemos a mão de Deus atuando em nossas vidas. Mais maduros e experientes, nosso desejo é estruturar a ABU Mariana. Pretendemos deixar de ser um núcleo da ABU de Ouro Preto, mas de forma alguma queremos perder o contato com aqueles que fazem parte dele. Nosso objetivo a partir deste momento é crescer em comunhão com nossos companheiros de Ouro Preto.
Sabemos que unidos poderemos romper nossas próprias expectativas, sempre fortalecidos no amor de Deus. Nosso desejo é que sejamos um espaço de evangelização para aqueles que não conhecem/aceitam a mensagem da cruz e de encontro para os estudantes cristãos. De forma que os calouros que ainda virão não se sintam um ‘ET’, como eu um dia me senti.