Jéssica Kelly Ribeiro é de Blumenau-SC, e está neste ano participando junto da Silvana Boita do Trans>missão, programa de discipulado intensivo da ABUB. No mês de setembro ela e Luciana Fernandes, de Cuiabá-MT, empreenderam uma viagem missionária pela ABU Centro-oeste nas cidades de Rio Branco/AC, Cacoal e Porto Velho/RO, de onde trazem muitas lembranças, aprendizados e esperança. Nesta entrevista, Jéssica compartilha um pouco do que viveu nesses dias especiais.
Expectativas
JK: Como em toda viagem, tivemos muitas expectativas, desde coisas como saber quem iríamos conhecer, o que iríamos fazer, os lugares por onde passaríamos… e também porque seria uma experiência diferente pra mim, principalmente, porque vim lá do Sul, de ir para o Norte do país.
Mesmo antes, após fazer contato com estudantes de lá, não sabíamos muito o que esperar porque não conseguimos nos comunicar muito bem. Preparamos quatro oficinas, duas da Luciana e duas minhas, e a única coisa certa era um treinamento em Rio Branco. Nas outras cidades iríamos conversar, para saber o que fazer. E, com certeza, fizemos muito mais do que preparamos. Nos surpreendemos com as pessoas e com o trabalho que Deus está preparando por lá.
Relacionamentos
JK: Em relação a relacionamentos, é bem típico da ABU, né? Você vai sem conhecer ninguém e sempre volta morrendo de saudade das pessoas, porque elas se tornam especiais. Aprendi muito com elas. A gente até vai com aquela expectativa de ensinar mais, mas Deus as usou pra me ensinar mais do que tinha preparado. Fiz muitos amigos, muito especiais. São todos uns doidos, claro! Mas é muito legal se identificar com eles.
E a impressão é de que eles são pessoas muito dedicadas ao ministério, e que só precisam de mais atenção. São pessoas que realmente que entendem do Reino, que querem trabalhar na obra, difundir o amor de Deus na universidade e que mesmo sem muito apoio, fazem. Existem as dificuldades, claro, como em vários lugares, mas eles estão realmente se dispondo. Isso eu percebi muito nítido neles, que fazem o que fazem pelo Reino, e por quem Deus é.
Treinamentos, ações, auxílio
JK: Em Rio Branco tivemos um treinamento no sábado, de um dia. Levamos quatro oficinas e passamos o dia com eles, almoçamos juntos e tudo mais. Foi um tempo de muitas conversas extra de corredor, de mesa, as mais legais. A gente pode também ir no domingo na igreja da Elaine, onde eu e ela pudemos falar sobre a ABU. Eu falei mais sobre movimento regional e nacional, e ela como é feito o movimento na UFAC, os núcleos, os horários e convidou quem estivesse interessado em participar.
Chegamos em Porto Velho no meio da semana, sem saber muito o que iria acontecer. O povo estava em aula, alguns estavam em recesso. Mas nos surpreendemos, porque lá pudemos fazer um devocional com as meninas. Foi muito legal, conversamos sobre Atos 16, a conversão de Lídia, que constrangeu Paulo, sobre a Casa de Oração, e da questão de ser uma conversão de uma mulher. Nós trabalhamos muito essa questão de ser mulher, e de uma mulher ter sustentado o ministério de Paulo; mas principalmente o fato de Deus ter aberto do coração dela na conversão, de que Deus cuida da gente, do nosso coração, de tudo que a gente for fazer. Ele que nos guia.
Fizemos também na quarta uma reunião com o pessoal da UNIR e da São Lucas, para ver estratégias, pensar no que tem acontecido, e principalmente animá-los para o CR. Tivemos bastante esse foco de tentar trazê-los para o CR, pra região saber realmente o que está acontecendo com os grupos de lá não só por mim ou pela Luciana, mas por eles mesmos. E na quinta pudemos dar um treinamento para dois estudantes da UNIR, e a noite a gente foi numa célula da igreja da Rúbia, falar um pouco sobre a ABU e dar uma palavra a partir de Atos 1, sobre o chamado a Jerusalém, Judeia, e todas as nações, com o sentido de que somos chamados pra fazer a obra onde estivermos, no trabalho, faculdade, a menagem da ABU de que somos missionários onde estamos.
Fomos de quinta pra sexta pra Cacoal. Na sexta a noite fomos conhecer o núcleo. Foi muito legal conhecer o povo da UNESC. Tivemos também a oportunidade de dar uma oficina, e ir para a reunião do GB (às 11h da noite, super tarde!), conhecer a realidade deles, o que eles estão fazendo. No sábado fomos a uma igreja, e também demos uma oficina de EBI. No domingo fomos em mais duas igrejas, onde falamos mais sobre a ABU, eu pela manhã e a Luciana a noite.
Aprendizado
JK: Foram dias muito legais, de aprender muito, ensinar muito. Aprendi muito de intimidade com Deus, de confiança, de “parar de mimimi”, de reclamações, de fazer as coisas com vontade, pra Deus, realmente entregando tudo pra Ele.
Desde Rio Branco até Cacoal Deus me mostrou pessoas que têm intimidade com Deus. Vivem com Deus o dia inteiro, e com isso, pude aprender ser menos “reclamona” e realmente aprender o que Deus quer na minha vida. Aprender com pessoas, é muito bom. E realmente Deus confirmou várias coisas na minha vida, a questão do ministério estudantil, de aprender com pessoas, a lidar com a distância das pessoas, a lidar com elas a distância… E ter amigos é isso, Deus nos ensina através deles. É Deus surpreendendo, e cuidando da gente. Só tenho motivos de gratidão por essa viagem.
Recado a galera do “faroeste”
JK: Queria dizer que eles são uns lindos… e doidos! Que eu aprendi muito com eles, que eles se tornaram um povo muito especial mesmo pra mim. Eu senti um chamado muito forte para o norte do país, que é uma região diferente, com uma cultura diferente, e que precisa de atenção. Eles estão no meu coração, e na minha oração. É o recado que deixo, que eles podem contar comigo pra tudo. Quero poder ajudá-los no que eu puder, sempre.
Oração
Pedidos
Peço oração pelos grupos de lá, e que nós como Centro-oeste consigamos entender que eles fazem parte da região, e dar a atenção necessária pra eles, convidando, chamando, estando disposto a não só cobrar o que estão fazendo, mas a entender o que fazem. Orar para que nasça no coração da diretoria, e de pessoas da região, essa disposição.
Agradecimento
A Deus, sou muito grata, pelo que Ele tem feito na minha vida este ano, principalmente nesse período que pude passar dez dias numa outra realidade, além da Centro-oeste, que já foi uma realidade diferente, mas agora ir pro Norte do país, ver tantas pessoas diferentes, culturas (e descobrir que o Acre existe!)… É muita gratidão mesmo, de ver que Deus se manifesta em todos os lugares e pessoas. O meu agradecimento é a Deus e as pessoas, que fizeram parte desses dias.