Por Reinaldo Percinoto Junior – Secretário Geral da ABUB
“Pois lembramos, na presença do nosso Deus e Pai, como vocês puseram em prática a sua fé, como o amor de vocês os fez trabalhar tanto e como é firme a esperança que vocês têm no nosso Senhor Jesus Cristo.” – 1 Tessalonicenses 1.3 (NTLH)
Talvez fosse mais apropriado chamar esta edição do Uma volta pelo movimento de “uma volta AO movimento”, já que esta é a primeira edição que escrevo após retornar às minhas atividades junto à secretaria executiva da ABUB, depois de um período sabático de seis meses. Brincadeiras à parte, este gratificante e abençoador período “fora” me proporcionou, uma vez mais, a oportunidade de discernir a presença providencial de Deus na vida e no caminhar de nosso movimento. Só Ele é imprescindível quando pensamos em nosso trabalho, nosso esforço, nossa missão. Na verdade, Ele é ao mesmo tempo a origem, o conteúdo e o alvo de tudo o que buscamos e fazemos em missão.
Isso aquece meu coração, à medida que minha mente recorda que dia desses participei de um treinamento microrregional (TMR), refletindo junto com os estudantes sobre o projeto “O evangelho para cada estudante” (vulgo “projeto Lucas”, pois os estudos bíblicos são baseados no Evangelho de Lucas). Como compartilhei com o pessoal, tenho este “projeto” em alta conta, por enxergar nele uma ferramenta paradigmática, uma metodologia modelo, que nos faz revisitar sempre e de novo alguns de nossos compromissos essenciais, como a evangelização, a oração e o compromisso com as Escrituras.
Para o Dr. Samuel Escobar “a evangelização é o pulsar de nosso movimento”. E, reforçando este princípio, Lindsay Brown, Secretário Geral da IFES entre 1991 e 2007, diz que “desde o princípio, nossa razão de ser tem sido estimular a fé pessoal no Senhor Jesus Cristo e promover a evangelização entre os estudantes de todo o mundo”. E nossos grupos estudantis têm realizado esta tarefa combinando três aspectos: a evangelização pessoal, a evangelização por meio de pequenos grupos e a evangelização através da proclamação pública. Talvez seja mais fácil entender isto imaginando uma pirâmide dividida em três partes, onde a base é formada pela amizade pessoal, a divisão central pelos grupos pequenos de estudo bíblico, e a parte superior pela proclamação pública (“eventos de massa”).
Quando digo que o “projeto Lucas” é paradigmático, o faço em parte porque ele envolve estes três aspectos. O projeto só faz sentido num contexto em que os grupos estimulem seus membros a cultivarem relacionamentos pessoais com seus colegas e amigos, se dispõem a estruturar pequenos grupos de estudo bíblico, e exercitem sua ousadia e criatividade por meio da organização de atividades sociais e eventos públicos. Assim, ele se transforma numa boa oportunidade para que cada grupo de ABS, ABU ou ABP desenvolva a evangelização em todo o seu potencial.
Mas o projeto pressupõe outros compromissos essenciais. A oração é fundamental, antes, durante e após a realização dos grupos de estudo. Sem a intervenção de Deus os objetivos não serão alcançados. Vidas não serão transformadas. E a centralidade das Escrituras Sagradas, para o nosso movimento, ganha corpo aqui por meio dos estudos bíblicos indutivos preparados com base no livro de Lucas, o evangelista que pode ser considerado um grande historiador, e um tipo de pesquisador acadêmico de seu tempo.
Para minha grata surpresa, entre os participantes do tal TMR, estava presente a Ingrid, que nos contou que ela havia assumido seu compromisso pessoal com Cristo enquanto participava de um grupo de estudos do “Projeto Lucas”. E isso quando ela era estudante do primeiro grau em Juiz de Fora (MG)! Hoje ela é estudante universitária em Viçosa (MG), e participa ativamente das atividades do grupo da ABU. Sua vida e caminhada cristãs foram marcadas, para sempre, por este “projeto”.
Amizade, evangelização, grupo, comunhão, estudo bíblico, ousadia, proclamação, criatividade, conversão. Que esses compromissos continuem sendo essenciais no nosso caminhar missionário e na nossa história como movimento estudantil cristão.