Senhorio de Cristo – Convite à missão

Por Reinaldo Percinoto Junior – Secretário Geral da ABUB

Digo ao Senhor: Somente vós sois meu Senhor: nenhum bem eu posso achar fora de vós! – Salmo 15:2

Idolatria significa a adoração de falsas imagens, e isso é exatamente o que acontece quando guardamos nossas fantasias, preocupações e alegrias para nós mesmos e não as apresentamos a Deus, que é o nosso Senhor. – Henri Nouwen

Em 2013 trabalhamos o último elemento constitutivo do nosso lema para esta década: Uma só Vida, uma só Verdade, um só Senhor! Assim, durante todo o ano, em nossos eventos nacionais e regionais, buscamos lançar luz sobre as implicações do senhorio de Cristo em nossa vida pessoal, no mundo estudantil, na Igreja e na sociedade.

Sim, Jesus Cristo espera exercer seu senhorio amoroso e compassivo em todas as áreas que compõem a nossa vida; aquilo que somos e fazemos. Nada pode escapar ao seu “governo”, sob o risco de nos perdermos por atalhos de idolatria, como bem lembrou Henri Nouwen na frase logo acima.

O reconhecimento do senhorio exclusivo de Cristo representou, e ainda representa, para muitos cristãos, uma opção de vida ou morte. Por isso, nós que vivemos em uma situação de menor repressão “oficial”, precisamos de um cuidado redobrado diante de opções que sorrateira e comodamente se apresentam como possibilidades legítmas, mas que ao cabo exigem nossa “submissão” e “adoração”. Ainda que em proporções diferentes em termos de consequências, a confissão “Jesus Cristo é o Senhor” também precisa assumir um caráter de “vida ou morte” em nossos compromissos cotidianos.

Este tema do senhorio de Jesus (juntamente com as dimensões de “vida” e “verdade”) aponta também para o nosso chamado em relação ao mundo e a geração em que vivemos. Por isso, seria formidável fazermos esta ponte para o tema da nossa “missão”, como servos e servas deste Senhor.

Pensando nisto, temos vislumbrado para o próximo ano a possibilidade de trabalharmos com a temática Uma só Missão, não necessariamente como um novo elemento que se soma à nossa “trilogia da década”, mas como um desdobramento natural e necessário do nosso relacionamento com Aquele que é nossa Vida, nossa Verdade e nosso Senhor. Ele próprio nos convida, comissiona e capacita, assim como fez com seus primeiros seguidores.

O evangelho de Mateus, que será o texto a ser estudado no IPL 2014, nos apresenta a “agenda” ministerial de Jesus, que deve inspirar e nortear a nossa “agenda” como discípulos dele e como movimento missionário. O apóstolo, no capítulo nove de seu livro, registra que Jesus “ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças” (Mt 9.35). E também que ele “ao ver as multidões, teve compaixão delas porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor” (verso 36).

É muito instrutivo que Mateus coloque, na mesma fração de texto, as expressões externa (ações) e interna (sentimentos) do comportamento de Jesus. Isso nos ajuda a perceber a integridade de vida do Mestre. Ele não cedia ao ativismo pragmático e nem ao sentimentalismo desencarnado. Se envolvia em ações corretas, e com motivações corretas!

Outro aspecto que poderíamos destacar neste texto diz respeito à integralidade da missão de Jesus. Ensino, proclamação e curas físicas e mentais. Restauração ampla e completa na vida daqueles que o buscavam. Relacionamentos refeitos – com Deus, com o próximo, consigo mesmo. Reversão dos efeitos da Queda. Sinais de um novo Reino – o Reino de Deus!

Que em 2014, ao conversarmos e refletirmos sobre a nossa “uma só Missão”, nos lembremos do exemplo e da inspiração de nosso único Mestre – a integridade de sua vida e a integralidade de sua ação missionária.

Nenhum bem podemos encontrar fora de nosso único Senhor, e nehuma outra missão temos para fazer além daquela que Ele nos ensinou e para a qual nos convidou!

Que assim seja.

Desejo a todos e todas um Natal cheio de significado, e um 2014 abundante dos sinais do Reino de Deus!

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