Neste último Congresso Nacional, Raquel Bergária deixou a presidência da ABUB. Ela estava no cargo desde 2012, tendo sido segunda vice-presidente antes. Ao todo, foram 16 anos servindo na Diretoria Nacional, abençoando a missão estudantil por meio da governança.
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Conversamos um pouco com ela sobre esse momento de despedida, o que ela aprendeu ao longo deste tempo e como podemos interceder pela transição.
Como foi, para você, o Congresso Nacional (CN)?
Eu só queria me divertir e me despedir, mas foi o melhor CN da minha vida! E olhe que já participei de muitos! Foi, de fato, o CN da alegria. É muito bom deixar a presidência da ABUB em um momento de renascimento dos grupos locais após a pandemia. Ver os grupos e assessores investindo no trabalho pioneiro e Deus enviando novas pessoas para serem testemunhas de Jesus na universidade. Ver os estudantes criando e se envolvendo em diferentes projetos de engajamento com a universidade, servindo, aprendendo do evangelho e conhecendo ao Senhor.
As exposições bíblicas em Salmos nos levaram a uma jornada: aprender a desenvolver amor pelas Escrituras e desfrutar da presença do Senhor; revisitar a história do povo de Deus, incluindo a nossa própria história como movimento estudantil; chorar juntos pelos que sofrem num mundo caído em situações para as quais nem sempre temos respostas além do lamento e da compaixão [e muito mais]. Nas palestras, ouvimos e debatemos sobre os temas de direitos humanos, saúde mental na universidade e as perspectivas da educação no Brasil. Foi um tempo para ampliar a nossa visão de mundo e as nossas perspectivas de atuação no nosso campo missionário, o campus.
Festejamos juntos a filiação de novos grupos e recebemos novos assessores auxiliares. E, como quase tudo no Brasil, terminamos em dança… foi um charme (os participantes do evento entenderão)!
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Como você vê esses anos de serviço na Diretoria Nacional? O que você aprendeu sobre a missão?
Os meus 16 anos de serviço na DN passaram muito rápido! Quando eu assumi meu primeiro mandato, como segunda vice-presidente, eu tinha medo de não conseguir honrar o compromisso de quatro anos, e essa foi minha oração na época. Mas o trabalho na ABUB é apaixonante e envolvente, e eu posso dizer que eu muito mais recebi do que dei durante todos esses anos, e por isso eu sou muito grata.
Mas a liderança cristã também envolve grandes desafios. No meio do caminho há muitas lutas de ordem pessoal e comunitária, conflitos, divergências, crises, e muitas vezes eu me senti sozinha e incapaz de lidar com situações que estavam muito além do que eu poderia fazer, e tive vontade de desistir. Naqueles momentos, não havia nada mais a fazer do que depender e confiar no Senhor. Aprendi que o serviço missionário exige que nos coloquemos pessoal e honestamente nas mãos do Senhor, com tudo o que somos e temos, e também com tudo que nos falta, e então podemos experimentar o milagre da transformação, primeiro na nossa própria vida, e depois no ministério.
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Pelo que podemos orar durante essa transição?
Eu fico muito feliz em deixar a ABUB como uma DN comprometida, estável, madura, diversa e liderada pelo querido Alberto Diniz, que de maneira disposta, generosa e alegre aceitou o desafio de assumir a presidência. Precisamos sustentá-los em oração cotidianamente. Os encontros nacionais com os estudantes em geral são momentos de festa e celebração, mas é no dia a dia que os maiores desafios se apresentam. É preciso ter fé, coragem, persistência e foco na visão de ser uma comunidade de discípulos transformados pelo evangelho, impactando a universidade, a igreja e a sociedade para a glória de Cristo ao longo dos anos.